O Sol é fonte de vida! Dá bem-estar e motivação. Regula o humor e ajusta os ritmos
biológicos. O verão convida às atividades ao ar livre e a exposição ao sol diariamente,
fora das horas críticas de radiação, é muito importante para a saúde física e mental.
Porém, em determinadas horas do dia, devido à diminuição da camada de ozono da
atmosfera, a intensidade dos raios solares que chegam à superfície terrestre é muito
forte, podendo causar grandes alterações nas células da pele.

Falamos de raios solares ultravioleta, de dois tipos:
Raios UVB que causam queimadura solar e estão diretamente envolvidos no cancro da
pele.

Raios UVA que, para além da queimadura solar, são a causa do aparecimento das rugas
e do envelhecimento da pele.
Para aproveitar o ar livre e tudo de bom que o sol nos pode dar, importa ter uma
atitude preventiva, sendo que o mais habitual é fazer uso de um protetor solar.

Como funciona um protetor solar?
Faz uso de substâncias, chamadas filtros, que bloqueiam a maior parte dos raios UV de
penetrar nas células da epiderme. Os protetores solares são classificados pelo FPS.
O fator de proteção solar – FPS ou SPF em inglês- está presente nos rótulos de todos os
protetores solares e indica a capacidade que esse produto tem de proteger dos raios
UVB. É uma medida universal que relaciona o tempo necessário para os raios UVB
causarem vermelhidão na pele sem e com filtro solar.
Em teoria, se nas horas de maior incidência solar, demora 10 minutos a ficar com a
pele vermelha, ao usar um protetor solar 30+, fica protegida 30 vezes mais, ou seja,
300 minutos, 5 horas.

Contudo na prática, a água, a transpiração e a secura da pele fazem baixar o nível da
proteção solar, pelo que, numa exposição direta ao sol, como a que se faz na praia ou
piscina, é preciso considerar sempre a reaplicação do protetor solar de duas em duas
horas, mesmo quando se usa um protetor com FPS elevado.
Atualmente muitos protetores solares também protegem dos raios UVA, aparecendo
sempre essa informação no rótulo.

Como acontece o bronzeado?
As células da epiderme contêm um pigmento chamado melanina que, em contacto
com as radiações UV do sol oxida, ficando com cor mais escura. Este fenómeno natural
existe para proteção das células contra o efeito nefasto do sol.
Nenhum protetor impede completamente que a pele receba radiação solar, por isso é
sempre possível conseguir bronzear mesmo com a segurança do protetor solar.

Proteção solar e os tipos de pele:
Pele muito clara, como tem pouca melanina, tem baixa proteção pelo pigmento
natural, por isso queima facilmente.
Pele clara, desenvolve alguma tolerância ao sol se a exposição é faseada, mas queima
facilmente sem proteção solar.
Pele escura, contém mais melanina, por isso tem naturalmente mais tolerância ao sol.
No entanto uma exposição regular sem proteção provoca envelhecimento da pele e
contribui igualmente para cancro da pele.

Como usar o protetor:
Aplicar 30 minutos antes da exposição ao sol e de forma uniforme em todas as áreas
expostas; não esquecer rosto, nuca, orelhas, mãos, pés. Para as pessoas com calvície
também colocar no couro cabeludo.
É importante reter que nenhum protetor solar com uma só aplicação protege para o
dia todo e que nenhum é 100% resistente à água.

Como escolher o protetor:
Para a nossa área geográfica, em que no verão são muitas as horas de sol, com elevada
intensidade de radiação UV entre as 11h e as 15h, o mais seguro é um produto com
proteção igual ou superior a 30+.
Para as peles mais sensíveis, com eczemas, alergias ou crianças, o protetor solar deve
proteger também contra os raios UVA.

Nas zonas da pele com pelos, existem fórmulas com textura de gel creme ou bruma
muito fáceis de aplicar e não são pastosas. Estas texturas também são boas para
aplicar em peles molhadas ou no caso de desportos aquáticos.

Dra. Sónia Correia
Artigo publicado na Revista Saúde Sénior nº 20 junho2023